sábado, 25 de outubro de 2025

Avisos Inter-paroquiais - XXX Domingo do Tempo Comum - Ano C - 26 de Outubro de 2025

 


1. MUDANÇA DA HORA: ENTRAMOS NO HORÁRIO DE INVERNO

Na madrugada deste domingo a hora muda do regime de verão para o regime de inverno. Os relógios vão atrasar uma hora. Em Portugal Continental, às 2:00 horas da manhã atrasamos o relógio para a 1:00 hora da manhã. A Missa às sextas-feiras, na Paróquia de Guisande, passa a celebrar-se às 18.30 horas.

2. GUISANDE TRAIL RUNNING | TRAIL DO VISO

A organização pede para informar que amanhã, Domingo, 26 de outubro, vai realizar-se o “Trail do Viso”. Algumas vias de comunicação vão estar condicionadas da parte da manhã.

3. REUNIÃO COM OS MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHÃO

Após a Instituição dos novos Ministros Extraordinários da Comunhão, no passado dia 12 de outubro, na Sé Catedral do Porto, o Pároco vai reunir esta semana com todos: na terça-feira, 28 de outubro, na Paróquia de Caldas de São Jorge, às 18.00 horas; na quarta-feira, dia 29, na Paróquia de Pigeiros, às 18.45 horas e na sexta-feira, dia 31, na Guisande, no fim da Missa.

4. CELEBRAÇÃO DA SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E FIÉIS DEFUNTOS

No dia 1 de novembro, Sábado, Solenidade de Todos os Santos, dia santo e feriado vamos manter, em cada Paróquia, os horários das celebrações do ano passado: Guisande, 8.30 horas seguindo-se a Visita ao Cemitério; 10.00 horas Missa em Pigeiros e a Visita ao Cemitério, às 15.00 horas, antecedida das Vésperas Solenes; Caldas de São Jorge Missa às 15.00 horas, seguindo-se a Visita ao Cemitério.

No dia 2, Domingo, Comemoração dos Fiéis Defuntos, vamos ter as celebrações nos horários habituais de Domingo, em todas as Paróquias: 08.00 horas Guisande; 9.30 horas Pigeiros; 11.00 horas Caldas de São Jorge.

5. A LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO | NÚCLEO REGIONAL DO NORTE

Vem agradecer o esforço e dedicação dos Voluntários que nas nossas Comunidades têm colaborado no peditório em favor desta Instituição e dos seus valores. Ao agradecer vem, ao mesmo tempo, solicitar a colaboração e participação de mais voluntários para a nova campanha de angariação de fundos que, este ano vai acontecer no Peditório Nacional a realizar-se nos dias 30 e 31 de outubro e 1, 2 de novembro.

6. SEMANA DE ORAÇÃO PELOS SEMINÁRIOS DE 02 A 09 DE NOVEMBRO

Sob o tema “Precisamos de ti”, somos convidados, de forma mais intensa, a rezar pelos nossos Seminários, invocando ao Senhor da messe pastores, testemunhas da caridade pastoral de Cristo.

Confiamos na generosidade do Povo de Deus para com os Seminários que estão ao seu serviço, assim informamos que ofertórios das Eucaristias do próximo Sábado 08, e Domingo 09 de novembro, se destinam aos Seminários.

7. INSCRIÇÃO NOS ESCUTEIROS | AGRUPAMENTO 901 DAS CALDAS.

O Agrupamento de Escuteiros 901 de Caldas de São Jorge tem abertas as suas inscrições para novos elementos dos 6 aos 22 anos de idade. Quem tiver interesse em experimentar e saber mais sobre as suas atividades pode dirigir-se à Casa Paroquial das Caldas de São Jorge, aos sábados, das 16.00 às 18.30 horas.

8. PEREGRINAÇÃO À IGREJA JUBILAR DE SANTA MARIA DA FEIRA

Depois de o termos feito com a nossa Diocese a Fátima, agora vamos fazê-lo, com as nossas Paróquias, à Igreja Jubilar da nossa Vigararia, a Matriz de Santa Maria da Feira. Estamos a preparar esta Peregrinação (percurso, almoço, celebração). Certa é já a data, no próximo dia 7 de dezembro. O encontro das Paróquias para partir está marcado para Pigeiros às 8.00 horas. A celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz da Feira, às 11.00 horas. Vai ser necessário fazer-se uma inscrição por causa dos preparativos para o almoço. Nesse Domingo – 7 de dezembro – não teremos Eucaristias nas nossas Paróquias.

A seu tempo iremos dar mais informações. Agendemos a data para participarmos.


CONTEXTO

Jesus e os seus discípulos estão a caminho de Jerusalém. Aproxima-se a hora em que Jesus, rejeitado e condenado pelas autoridades judaicas, vai ser crucificado. Depois, os discípulos ficarão sós no mundo e terão como missão dar testemunho do Reino de Deus. Jesus aproveita o caminho para preparar os discípulos para a missão que os espera.

A certa altura, Jesus quis propor aos discípulos uma lição sobre orgulho e arrogância. Nesse sentido, contou-lhes uma parábola onde entram um fariseu e um publicano. No dizer de Lucas, a parábola tem como alvo aqueles “que se consideravam justos e desprezavam os outros” (vers. 9). Esta parábola só aparece no Evangelho de Lucas.

Os “fariseus” eram um grupo leigo (em oposição aos saduceus, o partido sacerdotal), com bastante influência entre o povo. O historiador Flávio Josefo diz que, no tempo de Herodes, os fariseus eram cerca de 6.000. Descendentes daqueles “piedosos” (“hassidim”) que apoiaram o heroico Matatias na luta contra Antíoco IV Epífanes e a helenização forçada (cf. 1 Mac 2,42), os fariseus eram os defensores intransigentes da Lei, quer a Lei escrita, quer a Lei oral (a Lei oral constava de uma coleção de leis não escritas, mas que os mestres da escola farisaica tinham deduzido a partir da “Tora” escrita). Mantinham uma estreita ligação com os “escribas”, os mestres e intérpretes da Lei. Esforçavam-se por cumprir escrupulosamente a Lei e procuravam ensiná-la ao Povo. Acreditavam que, quando todos cumprissem a Lei, o Messias chegaria para trazer a libertação a Israel. Convencidos da sua superioridade religiosa e moral, tratavam com desprezo o “povo da terra” (“am ha-aretz”), os ignorantes que não conheciam a Lei nem se importavam com o cumprimento dos preceitos que a Lei impunha. A sua insistência no cumprimento integral da Lei contribuía para criar no povo simples uma sensação latente de pecado e de indignidade que oprimia as consciências e fazia o crente sentir-se longe de Deus. Estavam genuinamente interessados na santificação do Povo de Deus; mas, absolutizando a Lei, acabavam por colocar em segundo plano o amor e a misericórdia.

Os “publicanos” (“publicanus”) eram agentes comerciais privados que executavam a recolha dos impostos. Considerados servidores do governo imperial romano, eram desprezados pelos seus concidadãos. O publicano recebia do governo, por uma soma fixa anual (determinada a partir de uma estimativa das rendas), o direito de recolher os impostos. A soma fixada e que o publicano devia entregar era inferior à entrada prevista. O publicano retinha para si um eventual excedente. Este sistema favorecia os abusos destes funcionários, que procuravam faturar o mais possível a fim de garantir ganhos convenientes para eles próprios. Por isso, eram vistos pelo povo como ladrões e exploradores dos seus concidadãos. De acordo com a Mishna, estavam afetados permanentemente de impureza e não podiam sequer fazer penitência, pois eram incapazes de conhecer todos aqueles a quem tinham defraudado e a quem deviam uma reparação. Se um publicano, antes de aceitar o cargo, fazia parte de uma comunidade farisaica, era imediatamente expulso dela e não podia ser reabilitado, a não ser depois de abandonar esse cargo. Quem exercia tal ofício, estava privado de certos direitos cívicos, políticos e religiosos; por exemplo, não podia ser juiz nem prestar testemunho em tribunal, sendo equiparado ao escravo.

MENSAGEM

A parábola coloca-nos no cenário do Templo de Jerusalém. Há dois homens que ali vão rezar: um fariseu e um publicano. São figuras que estão bem distantes uma da outra na estrutura social e religiosa da Palestina da época de Jesus.

O fariseu está no “átrio dos israelitas” a fazer a sua oração. Está de pé, que é a posição habitual dos crentes israelitas quando se dirigem a Deus. Não pronuncia as palavras da sua oração em voz alta, mas ora interiormente, como é de bom tom entre os crentes israelitas. Na sua oração a Deus, o fariseu louva e agradece por ser quem é e por viver como vive (vers. 11). Como bom fariseu, jejua duas vezes por semana, paga o dízimo de tudo quanto possui (vers. 12). Sente que o seu compromisso com Deus o põe acima dos outros homens, pecadores notórios, como por exemplo aquele publicano que, a uma certa distância, também está a rezar, e que é um ladrão e explorador do seu povo. Tem consciência de que leva uma vida íntegra e que cumpre integralmente os preceitos da Lei, ou até mais… Estará a falar verdade? Aparentemente sim. Jesus não diz, ao contar a parábola, que este fariseu estivesse a mentir.

O publicano entra envergonhado no espaço do Templo para fazer a sua oração. Provavelmente não chega ao “átrio dos israelitas” onde está o fariseu a rezar, mas fica-se por um dos átrios exteriores, para não dar nas vistas e também porque não se considera digna de se aproximar de

Deus. Sabe que não pode pôr-se em regra com Deus, pois nunca conseguirá devolver todo o dinheiro que subtraiu aos pobres aquando da recolha dos impostos. Mantém a cabeça baixa, sem se atrever a levantar os olhos, e bate no peito para mostrar o seu arrependimento. Tem consciência da sua indignidade. Na sua oração não se compara com outros homens; apenas reconhece o seu pecado e invoca a misericórdia de Deus. Não pode agarrar-se às suas boas obras para se salvar, porque não as tem; só pode confiar na compaixão de Deus (“meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador” (vers. 13).

Vem agora a apreciação de Jesus sobre a oração e a atitude destes dois homens. Jesus considera, de forma algo desconcertante, que o publicano “desceu justificado para sua casa”, ao contrário do fariseu (vers. 14a). A palavra “justificado” é sinónimo de “perdoado”, ou “salvo”. Leva-nos à teologia paulina da “justificação”: Deus, na sua infinita “justiça”, lança sobre o homem pecador um veredicto de graça e salva-o, mesmo que o homem não o mereça (cf. Rm 5,18-19; 4,25; 5,1). Como se explica esta “sentença”?

O fariseu apresenta-se diante de Deus numa atitude de orgulho e de arrogância. Ao cumprir as exigências da Lei, considera-se em regra com Deus. Acha que não precisa da misericórdia de Deus para nada, pois as obras que faz “obrigam” Deus a oferecer-lhe a salvação. Esta não é um dom gratuito, fruto da bondade de Deus, mas uma conquista do homem, o resultado do esforço do homem. O Deus que ele conhece é apenas um contabilista que toma nota das ações do homem e que, no fim, lhe paga conforme os seus méritos. Aquele fariseu está cheio de autossuficiência e de arrogância: não necessita da misericórdia de Deus pois – pensa ele – os seus créditos são suficientes para se salvar. Por outro lado, essa autossuficiência leva-o, também, ao desprezo por aqueles que não são como ele. Considera-se superior, “à parte”, “separado”, como se entre ele e o pecador existisse uma barreira… É meio caminho andado para, em nome de Deus, criar segregação e exclusão: é a isso que conduz a religião dos “méritos”.

O publicano, ao contrário, não pode contar com os seus méritos (que, aliás, não existem). Ele apresenta-se diante de Deus de mãos vazias e sem quaisquer pretensões; reconhece as suas falhas e a sua incapacidade de, por si só, as ultrapassar; entrega-se apenas nas mãos de Deus e pede-Lhe compaixão. Sabe que só Deus o pode salvar. E Deus “justifica-o” – isto é, derrama sobre ele a sua graça e salva-o – precisamente porque ele não tem o coração cheio de autossuficiência e está disposto a aceitar a salvação que Deus quer oferecer a todos os homens.

A última frase do texto (“aquele que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado” – vers. 14b) é uma conclusão adequada para esta parábola. Avisa-nos que não nos serve de nada confiar nos nossos méritos e nas nossas boas ações, exigindo a Deus que nos “pague” pela nossa fidelidade e pelo nosso bom comportamento; se queremos ter acesso à vida verdadeira, temos de nos apresentar humildemente diante de Deus, reconhecer a nossa fragilidade, confiar no amor de Deus e acolher a salvação de Deus.

[Fonte: Dehonianos.org]


sábado, 18 de outubro de 2025

Avisos inter-paroquiais - XXIX Domingo do Tempo Comum - Ano C - 19 de Outubro de 2025



1. FESTA DO IDOSO NA PARÓQUIA DAS CALDAS DE SÃO JORGE

O grupo dos “Jovens Inquietos” vai proporcionar, este Domingo a “Festa do Idoso”. Vai começar com a Eucaristia, às 15.00 horas, na Igreja das Caldas seguindo-se a Festa e convívio no Salão Paroquial. Não haverá Missa às 11.00 horas na Paróquia das Caldas.

Celebramos este Domingo o Dia das Missões. O ofertório das Eucaristias destina-se à Missões

2. REUNIÃO COM OS PAIS DOS MENINOS DA CATEQUESE NA PARÓQUIA DE PIGEIROS

O Pároco e Catequistas, na sexta-feira, 24 de outubro, na Casa Pastoral, às 20.30 horas esperam pelos pais que têm filhos na Catequese da Infância (1º ao 6º ano) e às 21.30 horas pelos pais que têm filhos na Catequese da Adolescência (7º ao 10º ano) para juntos, num encontro de partilha, formação e ajuda, podermos colaborar no crescimento das nossas crianças e adolescentes. Contamos com todos.

3. A COMISSÃO DE FESTAS DO VISO 2026

Convida a(s) Comunidade(s) a participarem num “Torneio de Sueca” a ter lugar na próxima sexta-feira, dia 24 de outubro, às 21.00 horas, no Centro Cívico de Guisande, no Viso. As inscrições podem ser feitas para o contato mencionado no Cartaz afixado. Há prémios para os vencedores dos primeiros três lugares.

4. REUNIÃO COM OS PAIS DOS MENINOS DA CATEQUESE NA PARÓQUIA DE GUISANDE

O Pároco e Catequistas, no sábado, 25 de outubro, no Salão Paroquial, às 14.30 horas esperam pelos pais que têm filhos na Catequese da Infância (1º ao 6º ano) para juntos, num encontro de partilha, formação e ajuda, podermos colaborar no crescimento das nossas crianças. Contamos com todos!

5. A COMISSÃO DE FESTAS DE PIGEIROS 2026

Informa e convida todos os que desejam ajudar à festa, já este sábado, 18 de outubro, bem como no primeiro sábado de cada mês, no final da Missa Vespertina, no Largo da Igreja, onde vão estar a vender bolos, lanches e bebidas, como anunciado no cartaz exposto. Agradecem a colaboração.

6. A LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO | NÚCLEO REGIONAL DO NORTE

Vem agradecer o esforço e dedicação dos Voluntários que nas nossas Comunidades têm colaborado no peditório em favor desta Instituição e dos seus valores. Ao agradecer vem, ao mesmo tempo, solicitar a colaboração à participação de mais voluntários para a nova campanha de angariação de fundos. Informa também que o Peditório Nacional, este ano, se vai realizar nos dias 30 e 31 de outubro e 1, 2 de novembro. Os mealheiros encontram-se nas Sacristias em cada Paróquia.

7. COBRANÇA DOS DIREITOS PAROQUIAIS / OBLATA

As equipas Paroquiais, em cada Paróquia, que se ocupam deste serviço vão começar a fazê-lo proximamente. Será feito como de costume. Apelamos à generosidade e colaboração de todos para a partilha no sentido do sustento do Pároco e das Comunidades.

O Pároco vai reunir-se com os voluntários que colaboram na cobrança, na terça-feira, nas Caldas, às 19.15 horas, na Casa Paroquial e em Guisande na quinta-feira, às 20.30 horas, na Casa Paroquial.

8. MUDANÇA DA HORA. ENTRAMOS NO HORÁRIO DE INVERNO

Já no próximo domingo, 26 de outubro, às 0.00 horas que se dá a mudança para o horário de inverno. Os relógios vão atrasar uma hora.


CONTEXTO

Jesus e os discípulos estão a caminho a Jerusalém. O tempo começa a esgotar-se, pois cada passo nesse caminho aproxima mais Jesus do seu destino de cruz. Quando Jesus, pela morte na cruz, reentrar na glória do Pai, os discípulos ficarão sozinhos no mundo. Terão como missão continuar, pelo tempo fora, a obra de Jesus. Conseguirão fazê-lo? Parecem ainda tão distantes da lógica do Reino de Deus! Serão capazes de perceber o projeto de Deus, de acolher as indicações de Deus, de confiar suficientemente em Deus, de esperar pacientemente que Deus aja no mundo e na história? Não irão impacientar-se e desanimar enquanto esperam que o Reino de Deus se concretize? Não irão desistir quando lhes parecer que Deus fica em silêncio diante da maldade, da violência, da injustiça? Jesus sabia, por experiência própria, que o diálogo frequente com Deus – a oração – era fundamental para compreender, para acolher e para abraçar o projeto de Deus. Ele próprio, antes de tomar decisões importantes, retirava-se para sítios isolados e passava longas horas a dialogar com o Pai, a escutar o Pai, a procurar discernir a vontade do Pai.

Lucas refere a oração de Jesus em diversas situações, nomeadamente no Batismo (cf. Lc 3,21), antes da eleição dos Doze (cf. Lc 6,12), antes do primeiro anúncio da paixão (cf. Lc 9,18), no contexto da transfiguração (cf. Lc 9,28-29), após o regresso dos discípulos da missão (cf. Lc 10,21), na última ceia (cf. Lc 22,32), no Getsémani (cf. Lc 22,40-46) e na cruz (cf. Lc 23,34.46). O diálogo com o Pai pacificava Jesus, ajudava-O a ver as coisas mais claras, a confiar plenamente em Deus, a entregar-se plenamente nas mãos de Deus.

Jesus queria que os discípulos fizessem esta experiência. Por isso, contou aos discípulos uma parábola “sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar” (vers. 1). Este texto é exclusivo de Lucas.

MENSAGEM

Na parábola contada por Jesus há dois personagens: um juiz e uma viúva. Ambos viviam numa cidade não identificada. Do juiz diz-se que “não temia a Deus nem respeitava os homens” (vers. 2). A expressão parece sugerir, antes de mais, o exercício autocrático do poder judicial; mas poderá também referir-se à venalidade do juiz, que não tinha problemas em “torcer” a justiça conforme os seus interesses. Em qualquer caso, o comportamento daquele juiz é definido como “iníquo”, uma vez que ele não está minimamente preocupado em remediar as injustiças cometidas contra os mais frágeis da sociedade. A outra personagem da parábola é uma viúva (vers. 3), vítima da prepotência de um adversário que se aproveita da sua fragilidade para a defraudar. Na sociedade palestina a viúva é o protótipo da pessoa indefesa, ao nível dos órfãos e dos estrangeiros: não tem quem a defenda e, por isso, está vulnerável diante das arbitrariedades dos poderosos. Não se especifica quem é o adversário da viúva, nem qual é a natureza do conflito que está em cima da mesa: o que é decisivo é a injustiça de que a viúva é alvo.

Durante muito tempo o juiz, talvez por inércia ou talvez porque tinha sido pago para tal, ignorou os pedidos de justiça apresentados pela viúva (vers. 4a). Poderoso e prepotente, o juiz sentia que podia fazer o que quisesse e que não tinha de dar contas a ninguém pelos seus atos. Contudo, a mulher não se conformou com aquela “porta fechada”: de forma insistente, sem desanimar, continuou a levar o seu caso à consideração do juiz e a reclamar por justiça.

Chegados aqui, o narrador deixa a viúva em segundo plano e convida-nos a acompanhar o “raciocínio” cínico do juiz: “é certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente” (vers. 4b-5). Aquele juiz prepotente e corrupto, quando finalmente tomou posição, não o fez movido pelo sentido de justiça ou por um sentimento de compaixão, mas apenas porque não queria problemas; estava farto de aturar aquela mulher que, dia a dia, não o deixava em paz com as suas reclamações. No final, a persistência da viúva venceu a insensibilidade e a prepotência daquele juiz sem coração.

Como interpretar esta parábola? Onde é que Jesus quer chegar? A explicação vem logo a seguir. Jesus pede aos seus ouvintes que façam um esforço e que comparem o juiz injusto com Deus: “Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa” (vers. 6-8). É claro que Jesus não está a dizer que Deus é, como o juiz da parábola, alguém prepotente e injusto… Está a garantir-nos que Deus não fica indiferente às nossas súplicas: se até um juiz sem coração é capaz, apesar da sua relutância, de atender os pedidos de uma viúva sem poder nem influência, Deus – que é justo, que tem coração, que defende sempre os pobres e débeis, que ama os seus filhos com amor de pai e de mãe – não será capaz de escutar o que Lhe dizemos e não fará tudo para corresponder aos pedidos que Lhe fazemos?

Portanto, os discípulos de Jesus farão bem em dialogar continuamente com Deus. Farão bem em apresentar a Deus as suas dúvidas, os seus anseios, as suas inquietações, os seus problemas. Deus, garantidamente, escutá-los-á. Pode parecer, em algum momento, que Deus mantém um silêncio inexplicável e desconcertante; mas, seja qual for a razão do silêncio de Deus, a verdade é que Ele não fica indiferente às súplicas dos seus queridos filhos. Se os discípulos confiarem em Deus e dialogarem com Ele, sairão dessas “conversas” mais revigorados, mais pacificados, mais esclarecidos, mais conscientes dos projetos de Deus e mais dispostos a aceitá-los, mais preparados para acolher e viver os valores do Reino.

O tema da parábola original de Jesus – “a necessidade de orar sempre sem desanimar” – será ainda aproveitado por Lucas, na década de oitenta do primeiro século, para deixar uma mensagem forte aos destinatários do Evangelho que compôs. A situação histórica das comunidades cristãs era, por essa altura, muito particular. No ano 70, Jerusalém tinha sido destruída pelas tropas romanas; no ano 81, o imperador Domiciano tinha assumido o poder em Roma e tinha começado, de forma organizada, a perseguir os cristãos. Viviam-se tempos difíceis e o futuro era sombrio; para as comunidades cristãs espalhadas pelo mundo greco-romano, o mundo parecia estar a desabar. Neste contexto de angústia, de incerteza e de perseguição, compreende-se que a comunidade dos discípulos de Jesus grite por justiça e peça a Deus que intervenha para salvar o seu povo. Deus ouvirá os pedidos de socorro dos seus queridos filhos? Tardará muito a responder-lhes? Lucas, a partir de uma parábola contada por Jesus quando ia a caminho de Jerusalém, garante aos crentes desanimados: Deus não tardará a intervir; Ele escuta os seus filhos e far-lhes-á justiça. O que é preciso é que estes, apesar de todas as vicissitudes que terão de enfrentar, não percam a fé em Deus, não desistam de confiar n’Ele, se mantenham fiéis a Jesus e ao Evangelho. Será que os discípulos de Jesus, no meio de tanta incerteza, saberão manter a sua confiança em Deus (“quando o Filho do homem voltar, encontrará fé sobre esta terra?” – vers. 8b)?

[fonte: Dehonianos]

sábado, 11 de outubro de 2025

Avisos inter-paroquiais - XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano C - 12 de Outubro de 2025


1. ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2025

Votar é um direito que a tantos dos nossos antepassados custou, no cumprimento de um dever que a todos nos é exigido. Votemos escolhendo aqueles que julgamos ser os melhores para nos governarem.

2. INSTITUIÇÃO E FORMAÇÃO PERMANENTE PARA OS MEC’S

Amanhã, Domingo, 12 de outubro, às 15.00 horas, na Sé catedral do Porto o nosso Bispo vai proceder à designação e Instituição de novos MEC’s.

Na terça-feira, promovido pelo Secretariado da Liturgia da Diocese do Porto, no Salão Paroquial de São João da Madeira, das 21.30 às 23.00 horas, vão os MEC’s ter mais um encontro de formação. Todos os Ministros Extraordinários da Comunhão devem estar presentes.

3. AÇÃO DE FORMAÇÃO COM A DRA. RUTE AGULHAS COORDENADORA DO GRUPO VITA

Grupo isento, autónomo e independente, que visa acolher, escutar, acompanhar e prevenir situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica, destinada a Catequistas e outros agentes pastorais, no Salão Paroquial de Fiães, 13 de outubro, segunda-feira, às 21.00 horas.

4. OFICINA DE TRANSFORMAÇÃO DE ERVAS AROMÁTICAS EM GUISANDE E PIGEIROS

No âmbito do projeto Envelhe(Ser) vai realizar-se esta atividade sob o tema “Do pomar para o prato: Como confecionar doces saudáveis", onde será possível transformar/confecionar as frutas e legumes em pratos saudáveis e deliciosos, com momento de degustação, no final.

É um projeto dinamizado pelo Departamento de Desenvolvimento Social do Município de Santa Maria da Feira, no âmbito do programa TEAR – Tempo de Envolvimento e Ação em Rede, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, da União Europeia. A é entrada gratuita, mas sujeita a inscrição prévia e as inscrições podem ser feitas na Junta de Freguesia da localidade, ou através do Link: https://forms.gle/dwLJXwp326AfyBsb6. Na impossibilidade de inscrição pode aparecer, em Pigeiros no dia 15, quarta-feira, no Centro Cívico Feliciano Martins Pereira, das 14.00 às 16.00 horas.

5. REUNIÃO COM OS PAIS DOS MENINOS DA CATEQUESE NA PARÓQUIA DAS CALDAS

O Pároco e Catequistas, na sexta-feira, 17 de outubro, no Salão Paroquial, às 20.30 horas esperam pelos pais que têm filhos na Catequese da Infância (1º ao 6º ano) e às 21.30 horas pelos pais que têm filhos na Catequese da Adolescência (7º ao 10º ano) para juntos, num encontro de partilha, formação e ajuda, podermos colaborar no crescimento das nossas crianças e adolescentes. Contamos com todos.

6. PRIMEIRO ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ACÓLITOS NAS NOSSAS PARÓQUIAS

É já no próximo sábado, 18 de outubro, às 14.30 horas, na Paróquia das Caldas de São Jorge. Vai estar connosco o Senhor José Campos, responsável pelos Acólitos na nossa Diocese. Nesse encontro será definido o dia e horário dos futuros encontros de formação. Até lá, todos os Acólitos que já servem e outros que o desejem ser devem preencher uma ficha que se encontra na Sacristia.

7. FESTA DO IDOSO NA PARÓQUIA DAS CALDAS DE SÃO JORGE

O grupo dos “Jovens Inquietos” está a organizar a “Festa do Idoso”. É já Domingo, 19 de outubro. Começará com a Eucaristia, às 15.00 horas, seguindo-se a Festa e convívio no Salão Paroquial. Não haverá Missa às 11.00 horas na Paróquia das Caldas.

Celebramos também neste Domingo o Dia das Missões. O ofertório das Eucaristias destina-se à Missões

8. O GRUPO DE JVEM DE PIGEIROS | IMPULSO JOVEM

Convida toda a comunidade a participar nos jogos tradicionais, no próximo domingo, dia 19 de outubro, pelas 15h, no parque de lazer da Várzea. Podes participar em família, com amigos ou vizinhos, em equipas de 2 elementos. Podes inscrever-te junto dos membros do Impulso Jovem ou através de mensagem privada nas nossas redes sociais. No final teremos um convívio com lanche comunitário. Esperamos por ti!

9. FESTA EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA BOA FORTUNA E SANTO ANTÓNIO - VISO - GUISANDE - COMISSÃO DE FESTAS

Está formada a Comissão de Festas para a organização em 2026, que terá lugar nos dias 31 de Julho, 1, 2 e 3 de Agosto.

Marco André Dias Neves – Estôze – Juiz 

Jimmy Fernando Ribeiro – Casaldaça – Tesoureiro

Rafael Serralva Almeida Bastos –Barrosa – Secretário 

Hélder Manuel da Silva Rodrigues – Outeiro – Vogal 

José Manuel Oliveira Batista – Gândara - Vogal

Afonso Silva de Almeida -Fornos – Vogal 

João Carlos Gonçalves Teixeira – Teixugueira – Vogal 

Ana Sofia Silva Leite – Gândara – Juíza 

Beatriz Almeida Batista – Reguengo – Procuradora 


CONTEXTO

Jesus e os discípulos vão a caminho de Jerusalém. Lucas indica que o episódio que vai ser narrado sucedeu quando passavam “entre a Samaria e a Galileia”. A indicação é imprecisa; mas a preocupação fundamental de Lucas não é apresentar um itinerário geográfico detalhado, mas sim dar-nos conta de uma “peregrinação espiritual” durante a qual os discípulos vão amadurecendo a proposta de Jesus e aprofundando o seu compromisso com o Reino de Deus. O grupo que caminha com Jesus depara-se, “ao entrar numa povoação”, com um grupo de dez leprosos.

O leproso era, no tempo de Jesus, o protótipo do marginalizado. O aspeto físico de um leproso causava repugnância; o medo da contaminação fazia com que todos se afastassem do doente. Além disso, a teologia oficial considerava o leproso um impuro ritual (cf. Lev 13-14), um “castigado por Deus” por ter cometido pecados especialmente graves. O contacto com um leproso provocava impureza; por isso, o leproso não podia entrar nas povoações: vivia em lugares isolados e, quando alguém se aproximava, devia avisar da sua triste condição, gritando: “impuro, impuro”. Estava-lhe inclusive vedada a entrada na cidade de Jerusalém, a fim de não conspurcar, com a sua impureza, o lugar sagrado onde estava o templo. No caso improvável de cura, o leproso devia apresentar-se diante de um sacerdote, a fim de que este comprovasse o facto e lhe permitisse a reintegração na vida normal (cf. Lev 14). Podia, então, voltar a participar nas celebrações do culto.

Há um outro elemento a considerar no relato de Lucas: um dos leprosos que se apresentam diante de Jesus é samaritano. Os habitantes da Samaria eram desprezados pelos judeus de Jerusalém, por causa do seu sincretismo religioso. A desconfiança religiosa dos judeus em relação aos samaritanos começou quando, em 721 a.C. (após a queda do reino do Norte), os colonos assírios invadiram a Samaria e começaram a misturar-se com a população local. Para os judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se. Alguns anos depois, após o regresso do exílio da Babilónia, os habitantes de Jerusalém recusaram a ajuda dos samaritanos na reconstrução do Templo e evitaram os contactos com esses hereges, “raça misturada com pagãos”. A construção de um santuário samaritano no monte Garizim (séc. IV a.C.) consumou a separação entre as duas comunidades e, na perspetiva judaica, lançou definitivamente os samaritanos nos caminhos da infidelidade a Javé. Algumas picardias mútuas nos séculos seguintes consolidaram a inimizade entre judeus e samaritanos. Na época de Jesus, a relação entre as duas comunidades era marcada por uma grande hostilidade.

MENSAGEM

Algures na fronteira entre a Samaria e a Galileia (vers. 11), Jesus e os discípulos encontram um grupo de dez leprosos que, possivelmente, viviam em comunidade (vers. 12). O número dez poderá ter aqui um significado simbólico: é um número que significa “totalidade” (os costumes religiosos judaicos previam que, para a validade da oração comunitária, era necessária a presença de pelo menos dez homens, pois o “dez” representa a totalidade da comunidade). Estes doentes, apesar de não poderem entrar nas povoações, acampavam frequentemente nos arredores das aldeias ou cidades e pediam esmola para poderem subsistir. Um dos leprosos é um samaritano, um homem duplamente impuro: pela doença e pelo facto de pertencer à comunidade herética dos samaritanos.

Os leprosos, embora mantendo-se à distância, conforme a lei exigia, dirigem-se a Jesus. Provavelmente já tinham ouvido falar do profeta da Galileia e da sua misericórdia para com os últimos, os marginais, os desprezados. Chamam Jesus pelo nome próprio e por uma designação que significa “mestre” (“epistates”). Reconhecem a autoridade de Jesus e esperam qualquer coisa d’Ele (vers. 13). Lucas diz-nos que eles pedem a Jesus que tenha “compaixão” (“eleo”). O termo usado não esclarece se os leprosos apenas esperam uma banal esmola, ou se pretendem algo mais profundo e duradouro.

Lucas conta que Jesus “vê” aqueles homens. O verbo usado recorda a forma como, muitos séculos antes, Deus encarou o seu povo escravizado no Egito: “Eu vi a opressão do meu povo que está no Egito” (Ex 3,7). Dizer que “Deus vê” é dizer que Deus não fica indiferente ao sofrimento do seu povo e que vai atuar para o salvar; dizer que Jesus “vê” aqueles leprosos poderá sugerir que Ele se dispõe a intervir para os salvar e lhes devolver a vida.

No entanto, Jesus nem dá esmola, nem faz qualquer gesto de cura. Limita-se a dizer aos leprosos: “Ide mostrar-vos aos sacerdotes” (vers. 14a). Segundo a Lei, competia aos sacerdotes declarar o estado de impureza de um leproso e a sua exclusão da comunidade (cf. Lv 13,1-3). Em sentido inverso, também competia aos sacerdotes avaliar uma eventual cura e decretar a reintegração do doente na comunidade (cf. Lv 14,3-4). Como é que os leprosos viram a recomendação de Jesus? Entenderam que ficariam curados da doença que os apoquentava e que deviam, portanto, ir imediatamente obter o “certificado” que lhes permitia retomar a sua vida normal? No entanto, por esta altura ainda continuavam com todos os sintomas da doença. A sua partida ao encontro dos sacerdotes, sem hesitações nem pedidos de esclarecimento, indica que eles confiaram totalmente em Jesus e na sua capacidade de lhes devolver a saúde e a vida. Trata-se, portanto, de uma extraordinária afirmação de fé.

Lucas diz-nos que foi “no caminho” que os dez doentes ficaram limpos da lepra (vers. 14b). Portanto, a cura não acontece imediatamente, mas só depois de percorrido um “caminho”. Na teologia de Lucas, o “caminho” é uma viagem espiritual que é preciso percorrer até se estar preparado para acolher a vida nova do Reino de Deus. A “conversão”, a mudança de vida, não acontece de um instante para o outro, por um golpe de magia. Só depois de percorrido um “caminho” e de ao longo do “caminho” sermos “trabalhados” pela palavra de Jesus, ficamos “curados” daquilo que nos impede de ter vida em abundância.

Chagados aqui, a história da cura dos leprosos poderia estar terminada. No entanto, a parte mais importante do episódio vem agora (vers. 15-19).

Um dos homens que, no “caminho”, se sentiu “limpo” – precisamente o que era samaritano – inverteu a marcha e voltou para trás, ao encontro de Jesus. Lucas diz-nos que ele glorificava “a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer” (vers. 15-16). O gesto de se prostrar é um sinal de profundo respeito, que por vezes acompanha a oração (cf. Jud 9,1; Mt 26,39). Aqui significa, sobretudo, que aquele homem reconhece Jesus como o seu salvador. Sabe que a força salvadora de Jesus tem origem em Deus e agradece a Deus a sua misericórdia. Reconhece que, em Jesus, a salvação de Deus chegou ao mundo e à vida dos homens. Naturalmente, sente-se grato por aquilo que lhe aconteceu; mas o que ele sente e quer expressar é mais do que gratidão: é o reconhecimento da bondade de Deus pelos seus filhos, uma bondade que em Jesus e por Jesus “tocou” o mundo e a vida dos homens. Transformado pelo amor misericordioso de Deus, aquele homem sente agora que pode refazer a sua vida e voltar a encontrar a sua dignidade.

Lucas deixa para o fim uma constatação surpreendente: aquele homem “era um samaritano” (vers. 16). A salvação que Deus oferece, através de Jesus, destina-se a todos os homens, sem exceção, mesmo àqueles que o judaísmo oficial considerava definitivamente afastados da salvação. Além disso, o facto de aquele homem ser um samaritano mostra que, muitas vezes, são os “marginais, os desprezados pela sociedade e pela religião, os improváveis, os malditos os primeiros a reconhecer os dons de Deus, a acolhê-los, a manifestar a sua gratidão. Esta afirmação revoluciona profundamente a base sobre a qual assentava toda a catequese de Israel. Denuncia a autossuficiência dos judeus que, por se sentirem “povo eleito”, achavam natural que Deus os cumulasse dos seus dons, mas que nunca reconheceram a salvação que, através de Jesus, Deus lhes ofereceu.

As palavras finais de Jesus, numa sucessão de perguntas retóricas (vers. 17-19), põem em relevo a “qualidade” da “resposta de fé” daquele “gentio”. Ele não só acreditou em Jesus (como os outros), mas fez mais: soube reconhecer o dom de Deus, aceitou Jesus como o seu salvador e voltou ao seu encontro, quis manifestar a Deus a sua gratidão e o seu amor. Lucas sugere que é dessa forma que os verdadeiros discípulos – esses que continuam dia a dia a percorrer com Jesus o caminho de Jerusalém – devem responder ao amor e à misericórdia de Deus.

[fonte: dehonianos.org]

sábado, 4 de outubro de 2025

Avisos interparoquiais - XXVII Domingo do Tempo Comum - Ano C - 5 de Outubro de 2025

 


1. OUTUBRO: MÊS DO ROSÁRIO... MÊS MISSIONÁRIO...

Sob o tema “Missionários de Esperança entre os povos” vamos celebrar a 19 de outubro o Dia Mundial das Missões. Nesse fim-de-semana os ofertórios das Eucaristias destinam-se às Missões e à tarde, com o acolhimento às 14.00 horas, na Igreja de Espinho, celebraremos o Jubileu Diocesano das Missões.

Nas nossas Paróquias vamos rezar o Terço na Igreja: Guisande, todos os dias às 19.00 horas; aos Sábados, às 17.00 e nos domingos às 15.00 horas. Pigeiros, nos dias de Missa (Quartas-feiras, Sábados e Domingos) meia hora antes da Missa. Nas Caldas, orientado pelos MEC’s: segundas e quartas-feiras, às 18.30 horas; terças-feiras no final da Missa; quintas-feiras, na Adoração ao Santíssimo; sextas-feiras, das 19.30, às 22.00 horas, durante o tempo do Alpha, e Domingos, 10.30 horas.

2. FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO NA PARÓQUIA DE GUISANDE

Amanhã, Domingo 5 de outubro, na Eucaristia, às 8.00 horas e o final a Procissão.

3. REUNIÃO COM MEC’s NO HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO SMF

Na próxima segunda-feira, 6 de outubro, às 21.30 horas, tendo como ponto de encontro o Hall de Entrada do Hospital, vai realizar-se uma reunião do Capelão, o Senhor Pe. Artur, com todos os Ministros Extraordinários da Comunhão que já colaboraram ou desejam iniciar a sua colaboração na Capelania.

4. INÍCIO DA CATEQUESE EM SALA NAS NOSSAS PARÓQUIAS

Na próxima semana. Convidamos à participação e cooperação dos pais e encarregados de educação com os catequistas para que possamos ajudar os mais novos na descoberta de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida e assim todos caminharmos como Peregrinos da esperança... com todos e para o bem de todos!

5. DESIGNAÇÃO E INSTITUIÇÃO DE NOVOS MEC’S NA NOSSA DIOCESE

No Domingo, dia 12 de outubro, pelo nosso Bispo, para o serviço nas Comunidades, em celebração na Catedral, às 15.00 horas. Demos graças a Deus pelos das nossas Paróquias.

6. OFICINA DE TRANSFORMAÇÃO DE ERVAS AROMÁTICAS EM GUISANDE E PIGEIROS

No âmbito do projeto Envelhe(Ser) vai realizar-se esta atividade sob o tema “Do pomar para o prato: Como confecionar doces saudáveis", onde será possível transformar/confecionar as frutas e legumes em pratos saudáveis e deliciosos, com momento de degustação, no final.

Este projeto é dinamizado pelo Departamento de Desenvolvimento Social do Município de Santa Maria da Feira, no âmbito do programa TEAR – Tempo de Envolvimento e Ação em Rede, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, da União Europeia. A entrada gratuita, sujeita a inscrição prévia e as inscrições podem ser feitas na Junta de Freguesia da sua localidade, através do Link: https://forms.gle/dwLJXwp326AfyBsb6. Na impossibilidade de inscrição pode aparecer, no dia 8 de outubro em Guisande, no Centro Social em Pigeiros a 15 no Centro Cívico, das 14.00 às 16.00 horas.

7. PRIMEIRO ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ACÓLITOS NAS NOSSAS PARÓQUIAS

Vai acontecer no próximo dia 18 de outubro, Sábado, às 14.30 horas, na Paróquia das Caldas de São Jorge. Vai estar connosco o Senhor José Campos, responsável pelos Acólitos na nossa Diocese. Nesse encontro será definido o dia e horário dos futuros encontros de formação. Até lá, todos os Acólitos que já servem e outros que o desejem ser devem preencher uma ficha que se encontra na Sacristia.

8. FESTA DO IDOSO NA PARÓQUIA DAS CALDAS DE SÃO JORGE

O grupo dos “Jovens Inquietos” está a organizar a “Festa do Idoso”. Vai acontecer Domingo, dia 19 de outubro. Começará com a celebração da Eucaristia, às 15.00 horas, seguindo-se a Festa e convívio no Salão Paroquial. Nesse Domingo não haverá Missa às 11.00 horas na Paróquia das Caldas.

CONTEXTO

Jesus, acompanhado pelos seus discípulos, vai a caminho de Jerusalém. No horizonte próximo de Jesus está a sua condenação pelas autoridades religiosas judaicas, a sua morte na cruz e a sua ressurreição. Ao longo do caminho (cf. Lc 9,51-19,28), Jesus ensina os discípulos e prepara-os para a missão que irão assumir depois da Páscoa, quando forem enviados ao mundo como testemunhas do Reino de Deus. À medida que caminham atrás de Jesus e escutam as “lições” que Ele oferece, os discípulos vão deixando para trás os seus projetos pessoais, as suas visões desfocadas, os seus sonhos de grandeza e vão crescendo na sua identificação com o projeto de Jesus. O caminho que leva da Galileia a Jerusalém deixa, então, de ser um simples caminho geográfico, para se tornar uma instrução catecumenal dirigida aos crentes de todas as épocas, visando prepará-los para viverem como discípulos e serem no mundo arautos do Reino de Deus.

Lucas junta aqui alguns “ditos” de Jesus sobre temas diferentes, provavelmente aparecidos em contextos diversos. No texto que neste domingo nos é proposto há um “dito” sobre a fé (cf. Lc 17,5-6) e uma pequena parábola sobre a gratuidade do serviço (cf. Lc 17,7-10). O “dito” sobre a fé aparece, numa forma um pouco diferente, em Mt 17,20 (um “dito” análogo lê-se também em Mc 11,23 e Mt 21,21); a parábola sobre a gratuidade do serviço é exclusiva de Lucas.

Em “etapas” anteriores do caminho, Jesus tinha colocado os discípulos diante de exigências bastante radicais: pedira-lhes que entrassem “pela porta estreita” (cf. Lc 13,24); que fossem humildes e fizessem o bem sem esperar nada em troca (cf. Lc 14,7-14); que colocassem em segundo plano a família, os próprios interesses e os bens materiais (cf. Lc 14,26-33); que perdoassem sempre e de forma ilimitada (cf. Lc 17,5-6). Os discípulos estão conscientes dos seus limites e da sua fragilidade. Sentem que estão com dificuldade em “acompanhar” o ritmo de Jesus e em abraçar definitivamente a aventura do Reino de Deus.

MENSAGEM

Para aquele grupo que caminha com Jesus em direção a Jerusalém, o tempo começa a esgotar-se. Chegou o tempo das decisões corajosas; mas eles sentem-se débeis e inseguros. Será possível encontrarem um qualquer “suplemento” que lhes traga a força de que necessitam para não desistirem? O pedido dos discípulos a Jesus vem nesta sequência: “aumenta a nossa fé” (vers. 5). O que é a “fé”? Como pode a “fé” ajudá-los naquele momento decisivo?

No Novo Testamento em geral e nos Evangelhos Sinópticos em particular, a fé não é, primordialmente, a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades abstratas sobre Deus; mas é a adesão radical a Jesus, à sua pessoa, à sua proposta, ao seu projeto. Implica confiar completamente em Jesus, naquilo que Ele diz, naquilo que Ele propõe, naquilo que Ele ensina; implica confiar no Pai como Jesus confiava e estar disposto a cumprir sem condições a vontade do Pai; implica seguir Jesus sem hesitar nesse difícil caminho do dom da vida até ao extremo; implica assumir o estilo de vida de Jesus, amar todos sem excluir ninguém, servir com humildade e simplicidade, levar vida a todos, dar testemunho da misericórdia e da ternura de Deus pelos últimos, pelos pecadores, pelos rejeitados; implica abraçar o mesmo “sonho” de Jesus e procurar construir no mundo o Reino de Deus. O que os discípulos necessitam é de confiar mais em Jesus, de confiar em Jesus de tal forma que sejam capazes de O seguir de olhos fechados, sem medo do que poderá acontecer-lhes e sem se preocuparem com o que estão a deixar para trás.

Jesus não responde diretamente à solicitação dos discípulos. Afinal, optar por Jesus, confiar em Jesus, é uma decisão que cada discípulo deve tomar por si próprio. Em contrapartida, Jesus prefere recordar aos discípulos o resultado da fé: “se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia” (vers. 6). Os discípulos não precisam que alguém, por qualquer ato mágico, lhes aumente a fé; o que eles precisam é de reavivar a sua confiança em Jesus, a sua decisão de seguir Jesus, a sua adesão a Jesus. E se confiarem um bocadinho em Jesus, se decidirem ir com Jesus, farão coisas extraordinárias, tão extraordinárias como ordenar a uma amoreira plantada em terra que vá fixar as suas imensas raízes no meio do mar. A imagem usada por Jesus está bem ao gosto dos pregadores da época, que gostavam de exagerar nas imagens que usavam para tornar mais evidente a mensagem que queriam propor. Se os discípulos ousarem confiar em Jesus e ir atrás d’Ele com coragem e determinação, farão coisas que mudarão a história do mundo e a vida dos homens. Farão autênticos “milagres”, concretizarão coisas impossíveis, deslocarão “montanhas”, darão um outro rosto ao mundo; transformarão a morte em vida, o desespero em esperança, a escravidão em liberdade.

Concluída a breve conversa sobre a “fé”, Jesus parte para outra “lição”. Desta vez, propõe-se falar com os discípulos sobre a forma como eles se devem situar diante de Deus (vers. 7-9).

Os fariseus viviam para o cumprimento da Lei. Consideravam que bastava cumprir integralmente os mandamentos de Deus para ter acesso aos bens eternos. De acordo com esta perspetiva, a salvação não era um dom de Deus, mas sim uma conquista do homem, o resultado dos méritos que o homem adquiria ao cumprir a Lei. Esta compreensão favorecia a autossuficiência: o homem não precisava de Deus, pois podia alcançar a salvação por si próprio; bastava-lhe viver de acordo com as regras estipuladas. Deus, por sua vez, seria apenas um contabilista, empenhado em fazer contas para ver se o homem tinha ou não direito à salvação. Se as “contas” fossem favoráveis ao homem, Deus não tinha outra hipótese senão dar-lhe a salvação.

Jesus não quer que os seus discípulos se apresentem diante de Deus com a sobranceria dos fariseus. Por isso, conta-lhes a história de um homem rico cujo servo trabalhou todo o dia no campo. Quando, no fim do dia chegou a casa, não pôde descansar imediatamente: teve ainda que preparar o jantar do seu senhor e servi-lo. Só depois de ter cumprido todas as suas obrigações, pôde comer ele próprio. Aquele senhor terá de agradecer ao seu servo por ele ter cumprido o seu dever? – pergunta Jesus. É claro que não. O servo trabalhou muito e bem; mas apenas fez aquilo que lhe competia. Não pode exigir ao seu senhor nenhum pagamento extra por ter feito as tarefas que lhe tinham sido atribuídas.

Jesus está a dizer que Deus é um senhor exigente que apenas quer ser servido? Não. A parábola não pretende dizer-nos como é que Deus é; mas pretende dizer-nos que o verdadeiro crente cumpre a sua missão, sem exigir nada e sem esperar nada em troca (vers. 10). Age com humildade e com absoluto sentido de gratuidade, sem pensar em retribuições. Não faz as coisas para se colocar numa situação de força, de forma a poder exigir algo de Deus. Faz o que deve fazer apenas “porque sim”. O que o move não é o prémio ou o castigo, mas apenas o cumprimento da missão que lhe foi confiada. Em última análise, aquilo que move o “servo” não é o interesse, mas sim o amor. A religião de Jesus não é a “religião dos méritos”, mas sim a “religião do amor”.

No caminho para Jerusalém, Jesus continua a desenhar e a propor aos que vão com Ele o “caminho do discípulo”. Os que quiserem seguir por esse caminho têm de confiar em Jesus e de abraçar o projeto que ele propõe. Farão os mesmos gestos de Jesus e serão no mundo sinais vivos de Deus. Cumprirão com humildade e amor a missão que lhes é confiada; e, depois de tudo, dirão: “somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”. Trata-se de um belo e luminoso programa de vida.


 [fonte: dehonianos.org]


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