Caldas de S. Jorge

Grupos da paróquia:

Escuteiros - Agrupamento 901 Caldas de S. Jorge


Associação Juventude Inquieta - Grupo de Jovens



Catequese

Grupos Corais de Caldas de S. Jorge

Grupo de Leitores

Acólitos


Apontamentos históricos:

A Fundação da Freguesia:

A alusão mais antiga em letra de forma à localidade de S. Jorge data de 1097 “… in uilla Caldelas hic in Sancto Georgei…”, referência que sugere ser, já nessa longínqua data, conhecida a existência das águas “curativas”.

Não aparecem registos que aludam à povoação desde o século XI, até alguns séculos depois, para além de assentos de nascimentos e óbitos. As constituições Diocesanas de 1687, referem que, nessa data, haveria em S. Jorge 84 fogos, sendo que o índice de natalidade era normal. Em 1935 havia 1190 fogos e registaram-se 42 nascimentos.

Com o decorrer dos tempos, as gentes foram-se juntando, gerando a formação dos lugares, o primeiro dos quais terá sido o do lago em 1750. Aparece registado o nome do lugar dos Candaídos em 1862, nome que ficou dado à ponte entretanto edificada, sendo que o povoado se integrou no lugar da Sé.   

Actualmente a freguesia é o conglomerado de quatro grandes lugares:Arcozelo – Airas Malaposta/Azevedo – Lago/Sé – Caldelas Casaldoído. Cada um se subdivide em topónimos restritos cujos nomes vão ficar salvaguardados com a sua atribuição às ruas na orientação toponímica. O lugar da Malaposta criado em 1879, é um aglomerado um pouco mais afastado do centro da freguesia, tendo tomado a designação por ali existir uma estação de Mala Posta.             

Para a distribuição postal, o primeiro distribuidor começou em 1882, a passar por Azevedo e Arcozelo, sendo que antes e desde tempos recuados havia correio no lugar da Sé, em Mala Fechada.

A escola oficial foi criada em 1845, sendo o seu professor o Padre Herdeiro, que a abriu em 1847. Agora existem na freguesia dois pólos escolares de ensino básico (Caldas e Azevedo), e três unidades de ensino pré-primário.

A energia eléctrica existe em S. Jorge desde 1931 e o telefone foi instalado em 1932. O cemitério foi terminado e benzido em Outubro de 1982. O segundo lote do cemitério, a norte do inicial, foi inaugurado em 1987, tendo nele implantada a Capela Mortuária em 1994.

Situação Geográfica e meio 

A freguesia de S. Jorge de Caldelas está situada na Província do Douro Litoral, entre Aveiro e o Porto e a 15 quilómetros do mar.

Estende-se toda nas duas margens do rio Uma vai até à estrada nacional e principiam a elevar-se nela os montes de Souto Redondo. Dista 6 km da Vila da Feira, cabeça de concelho, 38 Kms de Aveiro, capital de distrito e 25 km do Porto, sede do Bispado.

Limites – A sul confina com a freguesia de Pigeiros; a nascente com a de Guisande e de Lobão; ao norte com a de Fiães e a poente com a de Fiães e de S. João de Ver.

Planta geográfica – O território de S. Jorge é formado por duas encostas, de um e do outro lado do rio Uima.

A do nascente a começar do sul empina-se bastante no monte das Seladas e no monte Bô, inclina-se suavemente no extenso vale de Azevedo e termina no pequeno monte dos Candaidos. A do poente ergue-se abruptamente em terra de monte, aplana-se a seguir no vale de Arcozelo, continua a altear-se no monte de Souto Redondo, sobe um pouco no Outeirinho da Sé estende-se depois nos vales da Sé, de  Caldelas e de Casaldoido. Extensos pinheirais emolduram estes quatros vales.

Montes – São de pequena elevação os montes desta freguesia e todos eles arborizados.

Aguas e nascentes – Abundam as águas nas duas vertentes, sobretudo no sitio de Azevedo e de Arcozelo. Em todos os lugares há fontes e lavadouros, todavia em alguns altos, como o da Sé, só se arranja água por meio de poços e engenhos.

Rios – O único que aqui corre e apanha as águas da duas vertentes é o Uíma. Num documento de 1097 dão-lhe o nome de Umia; noutro de 1311 o de uma; no Dicionário de 1158 o de Huyma e actualmente o de Uima. Nasce ele em Duas Igrejas toma a forma de rio no Morengal de Pigeiros, atravessa esta freguesia dá uma volta breve pela de Milheirós, Arrifana e Escapães, torna a Pigeiros, corta em quase todo o comprimento a freguesia de S. Jorge, separa esta de Lobão, corre por entre Lobão e Fiães e seque depois por Sanguedo. Sandim e Crestuma onde despeja as suas águas no rio Douro.

Minerais – Está escrito que nesta freguesia se descobriram minas de cobre e de ferro em 1851; mas não é dito em que local, nem aqui se tem falado disso. O que se encontrou e explorou foi águas minerais e arsénico. Quanto a pedreiras, também é pobre este território pois delas se extrai apenas alvenaria, e em poucos sítios, O geral é pedra mole e trigueira.

Qualidades do Solo – O chão de na Sé e CaldeIas alguns pedaços de terra assaloada e outros com fraga a dois palmos da superfície.

Clima – Muita variável. Frigidíssimo no Inverno e ardentíssimo no Verão. Território muita sujeito a nevoeiro e a geadas e muito exposto a ventanias.

Arborização – Todos os montados desta freguesia estão cobertos de árvores próprias para madeira de construção; mas o que predomina é o pinheiro. O castanheiro aqui muito acostumado há anos, quase desapareceu. Os carvalhais têm sido muito mondados. São cada vez mais raros os sobreiros. Há poucos anos os proprietários deram-se muito à plantação de eucaliptos. Também se vêem algumas austrálias e mimosas. Nos pomares bastantes cerejeiras e uma outra nogueira. O parque das Caldas tem plátanos; tílias e outras árvores de estimação. A beira do rio alguns choupos e amieiros.

Fauna – São poucos e muito raros aqui os animais daninhos. De caça, apenas a lebre e o coelho. E domésticos, todos os que são comuns a todo o Portugal.

A Paróquia:

Etimologia do Nome – É de crer que a palavra “Caldelas” venha do latim calda – água quente” . Claro que não foram as actuais caldas que deram este nome à freguesia, visto elas datarem 187 anos apenas. Mas há razões para crermos que houve aqui antigamente e um balneário. E o Dicionário Geográfico de 1158 diz: “Há aqui a tradição que no rio Huima, no sítio do mato da Negrinha, houveram umas caldas, que se desfizeram por se romper uma pedreira no mesmo sítio no qual ainda há vestígios de água de que curte linhos verdes em rama em dois ou 3 dias sendo necessários oito ou mais em outros sítios: e no tempo de Verão se conhece um laço por cima da água a modo de enxofre “. Donde se vê que esta Etimologia pode ser errada, mas tem os seus fundamentos.

Antiguidade – Não consegui averiguar as origens e formação desta paróquia. O documento mais antigo que a ela se refere está inserido no Portugália Monumental Histórica e reza assim: “Christus. In Dei nomine ego Patrina prolix eriz ideo placuit mhi per bona pacis et voluntas ut faceremus ad vobis Cresconius episcopus sedes Colimbricensie cartula es tesamentiI de hereditate mea propria qua habuit in villa Caldellasl hic in Sancto Georgio damus ad vobis de iIla ecclesia de medietate II as partes, et habet ijacentia sub tus mons Souto rredondo discurrente rribulus umia território portucalensis prope civitas Santa Maria damus ad vobis illa et ad Sedis Sancta Mara Colimbriense pró remédio anima mea etc. Segue a restante parte do documento. Tem a data de 1097 e identifica bem a paróquia de São Jorge de Caldeias. Já existia, portanto, antes dessa data desse ano.

Patrono e titular – Desde tempos imemoriais, esta paróquia tem sido designada pelo titulo de S. Jorge; e disto nos certifica o documento acima mencionado. Hoje mesmo é mais conhecida e designada por São Jorge do que por Caldelas. Isto mostra que este santo tem acompanhado a paróquia desde os seus primórdios e tem sido sempre muito amado por honrado por este povo.

[fonte: https://www.jf-caldaspigeiros.pt/]

A igreja matriz:

Igreja paroquial fundada na Idade Média, sendo o atual templo setecentista, com torre sineira e retábulos de oitocentos, totalmente remodelada no séc. 21, mantendo-se a estrutura e o património integrado. É de planta retangular composta por nave, capela-mor, sacristias e torre sineira de três registos e cobertura em domo, com acesso por porta exterior. Tem coberturas interiores facetadas, em caixotões, de provável execução oitocentista, iluminada uniformemente por janelas retilíneas rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal rematada em espaldar curvo com aletas e frontão triangular no topo, com a imagem do orago e com platibanda plena, integrando balaústres, de execução seiscentista, o que sobrevive, a par com o lavabo da sacristia, de uma obra anterior à feitura do atual templo, talvez contemporânea da data que consta no cruzeiro (1660). Tem os vãos rasgados em eixo, composto pelo portal axial, encimado por frontão interrompido pelo amplo janelão do coro. As fachadas são rematadas por frisos e cornijas, enquadradas por cunhais apilastrados, as laterais com portas travessas retilíneas. O interior foi seccionado pelo guarda-vento, criando um endonártex, para onde abre o batistério e as escadas de acesso ao coro. Tem púlpitos e capelas laterais confrontantes. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado por retábulos colaterais de talha tardo-barroca. Capela-mor com supedâneo de degraus centrais, onde surge retábulo-mor de talha tardo-barroca, de corpo côncavo e um eixo. Possui capelas laterais à face, com retábulos fingidos, em pintura mural, datada de setecentos.

[fonte: monumentos.gov]